Filha de Gisèle Pelicot publicará novo livro sobre vítimas de estupro
A filha de Gisèle Pelicot, francesa que foi drogada durante anos pelo marido para ser estuprada por dezenas de desconhecidos, publicará um novo livro sobre as vítimas de estupro "que não têm provas nem lembranças", anunciou o sua editora nesta quarta-feira (5).
"Pour que l'on se souvienne" ("Para que nos lembremos", em tradução livre), de Caroline Darian, será publicado em 5 de março pela editora francesa JC Lattès.
"Caroline Darian, a filha da vítima e do carrasco, nos oferece sua visão única sobre esta tragédia, revela que a investigação está inacabada e persiste incansavelmente em sua luta contra a submissão química e pela verdade", diz a apresentação do livro.
O julgamento dos estupros de Mazan, realizado em Avignon, no sul da França, terminou em dezembro com a condenação de 51 homens por estupro, incluindo o pai de Caroline Darian, Dominique Pelicot.
Darian já havia apresentado seu ponto de vista sobre o caso em um primeiro livro publicado em 2022, "Et j'ai cessé de t'appeler Papa" ("E parei de te chamar de pai", em tradução livre).
Durante o julgamento em Avignon, ela reafirmou sua convicção de também ter sido vítima de seu pai, devido à existência de fotos em que ela aparece inconsciente, vestindo roupas íntimas que não reconhece. No entanto, ela não foi reconhecida como vítima.
Gisèle Pelicot também publicará seu relato sobre o caso. Ela está em negociações com a editora Flammarion, disse a empresa à AFP nesta quarta-feira, especificando que o contrato ainda não foi assinado.
O julgamento de apelação para os estupros de Mazan será realizado em um tribunal criminal em Nimes de 6 de outubro a 21 de novembro, anunciou o tribunal de apelação da cidade na terça-feira.
O principal réu no primeiro julgamento, Dominique Pelicot, condenado a 20 anos de prisão, não será julgado novamente e estará presente apenas como testemunha, pois não recorreu, ao contrário de 17 de seus 50 corréus, homens que ele recrutou na Internet para estuprar sua esposa, que foi drogada com ansiolíticos.
K.Yamaguchi--JT