The Japan Times - Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá

EUR -
AED 3.85188
AFN 76.563701
ALL 100.109366
AMD 412.909027
ANG 1.887665
AOA 960.194137
ARS 1115.626855
AUD 1.686686
AWG 1.890493
AZN 1.78707
BAM 1.959784
BBD 2.114779
BDT 127.257495
BGN 1.957485
BHD 0.395314
BIF 3054.680085
BMD 1.048817
BND 1.412371
BOB 7.264149
BRL 6.317447
BSD 1.047439
BTN 91.47296
BWP 14.558638
BYN 3.427768
BYR 20556.81705
BZD 2.103877
CAD 1.51972
CDF 3010.105068
CHF 0.940396
CLF 0.025981
CLP 997.011497
CNY 7.640739
CNH 7.660063
COP 4327.419752
CRC 528.178799
CUC 1.048817
CUP 27.793656
CVE 111.961602
CZK 25.01146
DJF 186.39615
DKK 7.458501
DOP 65.393429
DZD 141.247386
EGP 53.110423
ERN 15.732258
ETB 134.980171
FJD 2.463251
FKP 0.833799
GBP 0.825592
GEL 2.92092
GGP 0.833799
GHS 16.217243
GIP 0.833799
GMD 74.988574
GNF 9096.99178
GTQ 8.088992
GYD 219.275963
HKD 8.157338
HNL 26.885911
HRK 7.533027
HTG 139.047336
HUF 407.800128
IDR 17358.826097
ILS 3.782685
IMP 0.833799
INR 91.742852
IQD 1374.267919
IRR 44053.043333
ISK 147.040065
JEP 0.833799
JMD 164.516853
JOD 0.743589
JPY 156.630888
KES 135.712819
KGS 91.718042
KHR 4204.515086
KMF 497.506476
KPW 943.93567
KRW 1533.20982
KWD 0.324244
KYD 0.860036
KZT 522.525837
LAK 22733.599413
LBP 93928.814253
LKR 309.558439
LRD 208.409474
LSL 19.602145
LTL 3.096885
LVL 0.634418
LYD 5.122633
MAD 10.465319
MDL 19.505706
MGA 4952.226494
MKD 61.965327
MMK 2202.066757
MNT 3639.908604
MOP 8.40286
MRU 41.957174
MUR 48.906372
MVR 16.193555
MWK 1818.156896
MXN 21.760912
MYR 4.676903
MZN 66.700146
NAD 19.602145
NGN 1572.114355
NIO 38.465175
NOK 11.741099
NPR 146.857371
NZD 1.868733
OMR 0.403789
PAB 1.048817
PEN 3.890394
PGK 4.209428
PHP 60.791446
PKR 293.221216
PLN 4.225545
PYG 8315.899555
QAR 3.817775
RON 5.031026
RSD 118.392847
RUB 93.822215
RWF 1470.522597
SAR 3.932758
SBD 8.843313
SCR 15.619325
SDG 628.202196
SEK 11.020557
SGD 1.417162
SHP 0.833417
SLE 23.964967
SLL 21993.178114
SOS 599.955518
SRD 37.075842
STD 21708.398412
SVC 9.17739
SYP 13636.602295
SZL 19.602145
THB 35.894854
TJS 11.453615
TMT 3.67086
TND 3.32041
TOP 2.518752
TRY 38.239849
TTD 7.11829
TWD 34.547604
TZS 2714.784492
UAH 43.673821
UGX 3856.143791
USD 1.048817
UYU 44.627739
UZS 13506.032378
VES 67.545434
VND 26786.357044
VUV 130.144302
WST 2.970331
XAF 663.341969
XAG 0.033118
XAU 0.000363
XCD 2.832577
XDR 0.801235
XOF 663.341969
XPF 119.331742
YER 259.876931
ZAR 19.512184
ZMK 9440.612875
ZMW 29.969338
ZWL 337.718709
Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá
Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá / foto: Alexis Aubin - AFP

Mães indígenas lutam para encontrar seus filhos desaparecidos no Canadá

Um grupo de mulheres mohawk tenta impedir que escavadeiras continuem com as obras em um antigo hospital de Montreal que, segundo elas acreditam, pode guardar a verdade sobre o destino de crianças indígenas desaparecidas há 60 anos no Canadá.

Tamanho do texto:

Elas estão há dois anos tentando adiar o projeto de construção da Universidade McGill, que conta com o apoio do governo da província de Quebec.

"Levaram nossos filhos e fizeram todo tipo de coisa com eles. Estavam fazendo experimentos", declara à AFP Kahentinetha, uma ativista de 85 anos da comunidade mohawk de Kahnawake, ao sudoeste da cidade de Montreal.

As ativistas baseiam sua reivindicação em arquivos e depoimentos que sugerem que há túmulos não marcados no local de crianças que estiveram internadas no Royal Victoria Hospital e no Allan Memorial Institute, um hospital psiquiátrico vizinho.

Nos anos 1950 e 1960, por trás dos muros do antigo instituto psiquiátrico, a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos financiou um programa de experimentos humanos chamado MK Ultra.

Durante a Guerra Fria (1947-1991), o programa tinha como objetivo desenvolver procedimentos e medicamentos para lavar o cérebro das pessoas de maneira eficaz.

Foram realizados experimentos no Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, submetendo pessoas (incluindo crianças indígenas de Montreal) a eletrochoques, drogas alucinógenas e privação sensorial.

"Queriam nos apagar", diz Kahentinetha.

Figura proeminente do movimento pelos direitos indígenas, a ativista, que já viajou para o Reino Unido e os Estados Unidos para denunciar o colonialismo, considera essa luta como "a mais importante da (sua) vida".

"Queremos saber por que fizeram isso e quem vai assumir a culpa", afirma.

- Cães farejadores -

Em 2022, as mães indígenas conseguiram obter uma ordem judicial para suspender as obras de um novo campus universitário e um centro de pesquisa no local, um projeto avaliado em cerca de 643 milhões de dólares americanos (R$ 3,63 bilhões).

Sua colega ativista Kwetiio, de 52 anos, afirma que insistem em defender o caso por elas mesmas, sem advogados, para que seja "do nosso jeito. Ninguém fala por nós".

No meio do ano passado, foram usados cães farejadores e sondas especializadas para procurar nos amplos e ruinosos edifícios da propriedade. As buscas conseguiram identificar três áreas de interesse para as escavações.

No entanto, segundo a Universidade McGill e a Société Québécoise des Infrastructures (SQI) do governo provincial, "não foram descobertos restos humanos".

As mães mohawk acusam a universidade e a agência de infraestrutura do governo de descumprir um acordo ao escolherem os arqueólogos que realizaram a busca e depois de terminarem o trabalho muito cedo.

"Concederam a si mesmos o poder de conduzir a investigação de crimes que possivelmente foram cometidos por seus próprios funcionários no passado", diz Philippe Blouin, um antropólogo que auxilia na busca promovida pelas mães.

Apesar de sua apelação ter sido rejeitada há algumas semanas, o grupo afirma que continuará a luta para revelar a verdade.

"As pessoas deveriam conhecer a história para que ela não se repita", afirma Kwetiio.

Nos últimos anos, o Canadá tem se conscientizado das atrocidades do passado.

Gerações de crianças indígenas foram enviadas para internatos, onde foram privadas de sua língua, religião e identidade, em um que um relatório sobre verdade e reconciliação de 2015 chamou de "genocídio cultural".

Entre 1831 e 1996, cerca de 150.000 crianças indígenas foram tiradas de suas casas e internadas em 139 desses centros. Milhares delas nunca retornaram às suas comunidades de origem.

Em maio de 2021, a descoberta de túmulos anônimos de 215 crianças na Escola Residencial Indígena de Kamloops, na província de Columbia Britânica, deu início a uma reflexão nacional sobre esse capítulo sombrio da história canadense, ao mesmo tempo que levou à busca por mais túmulos em todo o Canadá.

"Não se tratou apenas de internatos, mas também de hospitais, sanatórios, igrejas e orfanatos", denuncia Kwetiio.

Para ela, o mais importante é esclarecer o que aconteceu para que "as coisas mudem" e se possa reconstruir "a harmonia que tínhamos antes do colonialismo".

S.Ogawa--JT