The Japan Times - Meta encerra abruptamente seu programa de 'fact-checking' nos EUA

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Meta encerra abruptamente seu programa de 'fact-checking' nos EUA
Meta encerra abruptamente seu programa de 'fact-checking' nos EUA / foto: Nathan Howard - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

Meta encerra abruptamente seu programa de 'fact-checking' nos EUA

A gigante das redes sociais Meta anunciou, nesta terça-feira (7), que encerrará o seu programa de fact-checking (verificação digital) nos Estados Unidos, uma reviravolta em suas políticas de moderação de conteúdo, que se alinha com as prioridades do futuro presidente americano, Donald Trump.

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"Vamos eliminar os fact-checkers [verificadores de conteúdo] para substitui-los por notas da comunidade semelhantes às do X [antigo Twitter], começando nos Estados Unidos", escreveu nas redes sociais o fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg.

O diretor-executivo afirmou que "os verificadores de fatos têm sido muito parciais politicamente e destruíram mais confiança do que construíram, especialmente nos Estados Unidos".

Além disso, o executivo bilionário anunciou que os sites da Meta, incluindo o Facebook e o Instagram, "simplificariam" suas políticas de conteúdo para se livrar de "muitas restrições sobre tópicos como imigração e gênero que simplesmente não se conectam com o discurso dominante".

Atualmente, a Agence France-Presse trabalha com o programa de verificação de conteúdo do Facebook em 26 idiomas e a plataforma paga para usar as verificações de cerca de 80 organizações de todo o mundo em sua rede social, bem como no WhatsApp e no Instagram.

- Recompor a relação -

O anúncio da Meta ressalta muitas das críticas dos republicanos e do proprietário do X, Elon Musk, sobre os programas de verificação de fatos que muitos conservadores consideram censura.

O fundador da Tesla e da SpaceX, Musk, comemorou a decisão nesta terça-feira. "É legal", disse nas redes, junto com uma captura de tela de um artigo intitulado "Facebook dispensa os 'fact-checkers' em uma tentativa de 'restaurar' a liberdade de expressão".

Zuckerberg anunciou, ainda, que substituirá o serviço "por notas comunitárias similares às do X". Ele argumentou que "as eleições recentes [de 5 de novembro] parecem ser um ponto de inflexão cultural para, mais uma vez, priorizar a liberdade de expressão".

Trump tem sido um crítico severo da Meta e de Zuckerberg nos últimos anos, acusando a empresa de apoiar políticas liberais e de ter uma visão tendenciosa contra os conservadores.

O magnata republicano foi expulso do Facebook depois que seus partidários invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, em Washington, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória do rival democrata Joe Biden. No entanto, a empresa restabeleceu sua conta no início de 2023.

- Gestos corporativos -

Zuckerberg também jantou com o futuro presidente na residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, em novembro, em outra tentativa de consertar o relacionamento da empresa com o candidato republicano após sua vitória eleitoral.

Outro gesto recente de Zuckerberg para com o governo Trump foi a nomeação, na semana passada, de Joel Kaplan, um membro do partido republicano, para chefiar os assuntos públicos da Meta, substituindo Nick Clegg, ex-vice-primeiro-ministro britânico.

"Muito conteúdo inofensivo é censurado, muitas pessoas são injustamente presas na 'cadeia do Facebook'", disse Kaplan em um comunicado, insistindo que a abordagem atual da moderação de conteúdo "foi longe demais".

Zuckerberg também nomeou Dana White, diretor do Ultimate Fighting Championship (UFC), um aliado próximo de Trump, para a diretoria da Meta.

Como parte da reestruturação, a Meta disse que transferirá suas equipes de confiança e segurança da Califórnia (oeste), onde as opiniões liberais são generalizadas, para o Texas (sul), um estado mais conservador.

"Isso nos ajudará a criar confiança para fazer esse trabalho em lugares onde há menos preocupação com os preconceitos de nossas equipes", disse Zuckerberg.

T.Sato--JT