The Japan Times - Amazônia, a última fronteira indígena do Vale do Javari

EUR -
AED 4.008734
AFN 79.145415
ALL 99.554782
AMD 430.092192
ANG 1.966957
AOA 995.442834
ARS 1163.123884
AUD 1.734183
AWG 1.967419
AZN 1.858052
BAM 1.957467
BBD 2.203656
BDT 132.602926
BGN 1.955847
BHD 0.411373
BIF 3233.398033
BMD 1.091495
BND 1.453858
BOB 7.541422
BRL 6.343552
BSD 1.091419
BTN 95.180365
BWP 14.88968
BYN 3.571691
BYR 21393.292766
BZD 2.192287
CAD 1.575338
CDF 3138.047103
CHF 0.964334
CLF 0.026672
CLP 1023.537508
CNY 7.92479
CNH 7.891904
COP 4502.414932
CRC 548.467081
CUC 1.091495
CUP 28.924605
CVE 110.357971
CZK 25.003522
DJF 193.979947
DKK 7.45839
DOP 68.357588
DZD 145.64469
EGP 55.223183
ERN 16.372418
ETB 142.481945
FJD 2.506398
FKP 0.845865
GBP 0.843152
GEL 3.028855
GGP 0.845865
GHS 16.924305
GIP 0.845865
GMD 78.690517
GNF 9436.384171
GTQ 8.418019
GYD 228.143659
HKD 8.481523
HNL 27.926078
HRK 7.53437
HTG 143.909885
HUF 402.819019
IDR 17870.19008
ILS 3.982394
IMP 0.845865
INR 95.278068
IQD 1430.703252
IRR 45938.330282
ISK 147.786003
JEP 0.845865
JMD 171.15809
JOD 0.773859
JPY 161.604467
KES 140.664563
KGS 95.73122
KHR 4377.249925
KMF 495.513765
KPW 982.349123
KRW 1590.393292
KWD 0.336397
KYD 0.901403
KZT 535.967731
LAK 23631.499815
LBP 98464.632505
LKR 322.690085
LRD 218.083564
LSL 19.967206
LTL 3.222899
LVL 0.660234
LYD 5.261035
MAD 10.626679
MDL 19.926582
MGA 5111.587709
MKD 61.921992
MMK 2290.856781
MNT 3788.656778
MOP 8.733259
MRU 42.760586
MUR 49.299614
MVR 16.860127
MWK 1894.538471
MXN 22.128933
MYR 4.825535
MZN 69.734288
NAD 19.967206
NGN 1664.816993
NIO 40.16631
NOK 11.63472
NPR 152.516367
NZD 1.910144
OMR 0.420243
PAB 1.091495
PEN 3.994506
PGK 4.414349
PHP 62.714296
PKR 305.604022
PLN 4.23148
PYG 8645.534885
QAR 3.973386
RON 5.012333
RSD 117.939393
RUB 95.702682
RWF 1538.742768
SAR 4.092762
SBD 9.302651
SCR 16.055938
SDG 656.010147
SEK 10.926646
SGD 1.454191
SHP 0.857743
SLE 24.940169
SLL 22888.100678
SOS 623.489836
SRD 39.135662
STD 22591.733029
SVC 9.550525
SYP 14191.217506
SZL 19.967206
THB 36.964351
TJS 11.913231
TMT 3.819397
TND 3.37305
TOP 2.628811
TRY 39.953514
TTD 7.414043
TWD 35.913522
TZS 2879.215652
UAH 45.129783
UGX 4005.135654
USD 1.091495
UYU 46.306447
UZS 14146.416603
VES 70.71108
VND 27805.545472
VUV 134.758583
WST 3.075831
XAF 660.68502
XAG 0.033258
XAU 0.000375
XCD 2.954253
XDR 0.820638
XOF 660.68502
XPF 119.331742
YER 269.423976
ZAR 19.893765
ZMK 9824.75792
ZMW 31.153987
ZWL 351.460793
Amazônia, a última fronteira indígena do Vale do Javari
Amazônia, a última fronteira indígena do Vale do Javari / foto: Siegfried - AFP/Arquivos

Amazônia, a última fronteira indígena do Vale do Javari

Os defensores dos povos originários frequentemente lembram que os últimos indígenas não contatados da Amazônia não são relíquias ou vestígios de um mundo antigo. Eles são nossos contemporâneos e uma parte essencial da diversidade humana.

Tamanho do texto:

O fascinante Vale do Javari, uma vasta extensão de floresta densa no noroeste do Brasil, é considerado um dos últimos refúgios desses povos não contatados no planeta.

Segundo a ONG Survival International, seria melhor falar de comunidades em isolamento voluntário.

Esses indígenas já tiveram interações com a civilização moderna, mas agora recusam qualquer contato prolongado e escolheram se manter isolados nas profundezas da floresta.

"Sabemos muito pouco sobre eles, exceto que recusaram qualquer contato, muitas vezes após terríveis violências (das quais foram vítimas) e doenças introduzidas por estranhos", ou desde o boom da borracha, durante o qual milhares deles foram escravizados e mortos, explica a ONG.

As imagens aéreas de alguns desses homens seminus, surpresos e armados em seu acampamento perdido na imensa floresta, deram a volta ao mundo.

"As poucas vezes em que foram vistos ou encontrados, deixaram claro que queriam ser deixados em paz", diz a Survival. "Às vezes, reagem de forma agressiva (...) ou deixam sinais na floresta para avisar os estranhos para não se aproximarem".

O Vale do Javari, a segunda maior reserva indígena do Brasil, localizada no Amazonas, abrange 8,5 milhões de hectares, uma área do tamanho de Portugal.

Criada em 2001, resultou na remoção de populações pioneiras e colonos que viviam às margens dos rios há anos e que agora nutrem forte ressentimento em relação aos indígenas.

Refugiados nas cidades de Atalaia do Norte e Benjamin Constant, nas proximidades do Javari, esses "ribeirinhos" consideram-se os legítimos proprietários do vale e de suas riquezas. Eles compõem a maioria dos pescadores, lenhadores e caçadores que entram ilegalmente na reserva, teoricamente proibida para não indígenas.

- Porrete e sequestro -

Cerca de 6.300 indígenas vivem na Vale do Javari, pertencentes a sete povos de dois grupos linguísticos distintos (Pano e Katukina), além de 19 grupos isolados registrados pela Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável pela proteção dessas populações.

Os mais antigos contatados são os marubo, matsés, matis, kanamari e kulina pano. Os korubo (famosos por seus porretes usados como armas) e os tsohom-dyapa tiveram contatos mais recentes com o mundo exterior.

Os últimos povos isolados ainda são nômades, compostos por famílias estendidas que se deslocam pela floresta de acordo com as estações e a caça. Às vezes, deixam intencionalmente sinais de sua presença e frequentemente roubam roupas e utensílios.

Eles enfrentam diversas ameaças, começando pelas invasões e a cobiça pelas imensas riquezas dessas terras de florestas e rios quase intocados. Pescadores, caçadores, garimpeiros, grileiros, traficantes de drogas... sem mencionar os missionários evangélicos, muitas vezes americanos, coreanos e brasileiros, que, em nome de uma "cruzada divina", estão obcecados em cristianizar as últimas "almas puras" do planeta.

Várias comunidades indígenas foram dizimadas por doenças nos primeiros contatos, como os matis, que quase foram extintos devido à pneumonia.

As relações entre diferentes grupos podem ser violentas e até mesmo mortais. Os matsés quase exterminaram os kulinas.

A tradição do sequestro de meninas e adolescentes (para regenerar o sangue do grupo) ainda persiste entre os isolados, inclusive em comunidades contatadas. Um kanamari relatou à AFP o recente sequestro de uma criança pelos korubos, que conseguiu escapar dos raptores.

A Funai e o Exército são as únicas autoridades governamentais presentes no Javari. O ex-presidente Jair Bolsonaro de fato encorajou a invasão e a exploração das riquezas do vale enfraquecendo consideravelmente a Funai durante seu mandato.

Desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2022, o governo prometeu proteger melhor o vale, mas a Funai e o Exército ainda estão insuficientemente presentes, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips por pescadores em junho de 2022 chamou a atenção para uma região do mundo há muito tempo esquecida. No entanto, as invasões e violências persistem, especialmente as ameaças de morte contra os indígenas e seus defensores.

No início de março, uma delegação do governo brasileiro visitou o Javari, acompanhada pelas viúvas de Dom e Bruno, prometendo "restabelecer a presença do governo" no local e afirmando que "não era mais possível que os indígenas continuassem intimidados e amedrontados dentro de seu próprio território".

S.Fujimoto--JT