The Japan Times - Canadá promete resposta 'robusta' se Trump impuser tarifas; México pede 'cabeça fria'

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Canadá promete resposta 'robusta' se Trump impuser tarifas; México pede 'cabeça fria'
Canadá promete resposta 'robusta' se Trump impuser tarifas; México pede 'cabeça fria' / foto: CHARLY TRIBALLEAU, Ludovic MARIN - AFP/Arquivos

Canadá promete resposta 'robusta' se Trump impuser tarifas; México pede 'cabeça fria'

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, alertou nesta terça-feira (21) para uma resposta "robusta" caso Donald Trump imponha tarifas de 25% ao país, parceiro de Washington no acordo T-MEC junto ao México, cuja presidente, Claudia Sheinbaum, pediu "cabeça fria".

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O presidente dos Estados Unidos anuncia há meses sua intenção de impor tarifas a seus vizinhos, apesar do acordo de livre comércio que os une.

Ao retornar à Casa Branca na segunda-feira, o republicano afirmou que adotará os novos encargos a partir de 1º de fevereiro.

As respostas não demoraram a chegar.

"O Canadá responderá e está tudo sobre a mesa", afirmou Trudeau em uma coletiva de imprensa, enfatizando que a reação de Ottawa será "robusta e rápida" e equivalente em volume, dólar por dólar, aos valores cobrados pelos Estados Unidos.

Essas medidas "terão um custo para os canadenses", acrescentou.

"Estamos prontos para enfrentar todos os cenários", indicou o primeiro-ministro, que está prestes a deixar o cargo. "Protegeremos nossos interesses nacionais".

De qualquer forma, Trudeau afirmou que espera convencer o governo Trump a não impor tarifas que também seriam prejudiciais para os cidadãos americanos.

"É importante sempre ter a cabeça fria e se referir aos decretos assinados, além do próprio discurso", disse de forma mais calma Sheinbaum durante sua habitual coletiva de imprensa nesta terça-feira.

Trump tem apontado tanto para aliados quanto para adversários, levantando a perspectiva de novas tarifas para tentar fazer com que outros países tomem medidas mais rígidas diante das preocupações dos Estados Unidos.

O republicano voltou a acusar Canadá e México de não deterem a imigração ilegal e a entrada de fentanil nos Estados Unidos, duas de suas principais bandeiras de campanha.

- Muito a perder -

"É um momento crucial para o Canadá e os canadenses", ponderou.

Segundo economistas, a imposição de tarifas provocaria uma recessão profunda no país, que exporta 75% do total de seus bens e serviços para os Estados Unidos.

Centenas de milhares de empregos canadenses estão em jogo e, segundo um cenário pessimista elaborado pelo banco Scotia, um aumento de tarifas seguido de retaliações do Canadá sobre as importações americanas poderia fazer o PIB canadense cair mais de 5%, aumentar significativamente o desemprego e levar a inflação – que atualmente está em 1,8% em 12 meses – para mais de 4,1%.

Já o México é desde 2023 o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, superando até a China.

- Sem especular -

"É preciso se referir aos decretos por enquanto. Por isso, digo que é necessário ter calma e cabeça fria, e agir passo a passo", afirmou Sheinbaum.

"No decreto que ele [Trump] assina, está instruindo o representante comercial dos Estados Unidos a iniciar as negociações para a revisão do tratado em 2026, o que está estabelecido dentro do que foi assinado", afirmou a presidente mexicana.

Este acordo de livre comércio entre os três países da América do Norte, assinado em 2018 durante o primeiro mandato de Trump, substituiu o Nafta, que data dos anos 1990. Quando o T-MEC foi concretizado, o próprio Trump indicou que era o "melhor e mais importante acordo comercial já assinado pelos Estados Unidos".

O texto inclui uma cláusula de revisão que, neste caso, está prevista para ser ativada em 2026 e que permitiria aos três países adaptar o acordo, em um contexto de vários conflitos setoriais entre os signatários, como sobre o milho transgênico dos EUA com o México ou os produtos lácteos canadenses com os Estados Unidos.

Se as empresas estrangeiras quiserem escapar das barreiras comerciais de Washington, "a única coisa que podem fazer é construir fábricas nos Estados Unidos e contratar americanos com salários muito bons", declarou Howard Lutnick, indicado por Trump para chefiar o Departamento de Comércio.

T.Sasaki--JT