The Japan Times - Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China

EUR -
AED 4.151807
AFN 80.819272
ALL 97.886721
AMD 440.028691
ANG 2.037245
AOA 1034.284024
ARS 1294.273662
AUD 1.754762
AWG 2.037483
AZN 1.917796
BAM 1.944985
BBD 2.282261
BDT 137.335491
BGN 1.954118
BHD 0.426077
BIF 3315.925361
BMD 1.130365
BND 1.459395
BOB 7.811155
BRL 6.493983
BSD 1.13039
BTN 95.753936
BWP 15.326931
BYN 3.69921
BYR 22155.15155
BZD 2.270526
CAD 1.564815
CDF 3249.798559
CHF 0.932439
CLF 0.027881
CLP 1069.924002
CNY 8.167282
CNH 8.17598
COP 4859.325561
CRC 572.057168
CUC 1.130365
CUP 29.954669
CVE 110.098598
CZK 24.87712
DJF 200.888322
DKK 7.460736
DOP 66.575368
DZD 150.159419
EGP 57.245404
ERN 16.955473
ETB 149.942415
FJD 2.556323
FKP 0.846998
GBP 0.848819
GEL 3.114173
GGP 0.846998
GHS 15.090221
GIP 0.846998
GMD 80.821506
GNF 9783.87018
GTQ 8.696644
GYD 236.482876
HKD 8.785314
HNL 29.276641
HRK 7.534903
HTG 147.738339
HUF 404.333606
IDR 18625.361155
ILS 4.051284
IMP 0.846998
INR 95.811931
IQD 1480.777986
IRR 47602.490068
ISK 146.517978
JEP 0.846998
JMD 179.382586
JOD 0.801653
JPY 162.653849
KES 146.099986
KGS 98.850337
KHR 4525.179098
KMF 490.016424
KPW 1017.301508
KRW 1575.434793
KWD 0.346593
KYD 0.941933
KZT 581.584824
LAK 24443.923486
LBP 101279.376021
LKR 338.420746
LRD 226.069991
LSL 20.67345
LTL 3.337674
LVL 0.683747
LYD 6.170689
MAD 10.417874
MDL 19.323012
MGA 5024.471508
MKD 61.506493
MMK 2373.279072
MNT 4039.999099
MOP 9.035659
MRU 44.781006
MUR 51.465188
MVR 17.419294
MWK 1960.049003
MXN 22.116838
MYR 4.823828
MZN 72.234319
NAD 20.674814
NGN 1817.875478
NIO 41.59699
NOK 11.712366
NPR 153.206298
NZD 1.897095
OMR 0.435206
PAB 1.1304
PEN 4.130806
PGK 4.555932
PHP 62.817206
PKR 318.049464
PLN 4.271253
PYG 9033.769871
QAR 4.120688
RON 5.11614
RSD 116.579522
RUB 91.134528
RWF 1623.793387
SAR 4.239837
SBD 9.439506
SCR 16.298701
SDG 678.779519
SEK 10.918364
SGD 1.465343
SHP 0.888289
SLE 25.692979
SLL 23703.167891
SOS 645.951201
SRD 41.618903
STD 23396.270714
SVC 9.890009
SYP 14696.866085
SZL 20.662482
THB 37.107053
TJS 11.727375
TMT 3.967581
TND 3.370188
TOP 2.647426
TRY 43.67133
TTD 7.670857
TWD 34.240979
TZS 3049.724382
UAH 46.841051
UGX 4136.002741
USD 1.130365
UYU 47.32685
UZS 14609.966357
VES 102.974222
VND 29357.271351
VUV 136.368667
WST 2.995124
XAF 652.378661
XAG 0.034632
XAU 0.000337
XCD 3.054867
XDR 0.812336
XOF 651.089766
XPF 119.331742
YER 276.374281
ZAR 20.611825
ZMK 10174.641995
ZMW 30.208305
ZWL 363.977029
Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China
Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China / foto: STR - AFP/Arquivos

Tarifas alfandegárias de Trump incendeiam as relações EUA-China

Com o aumento das tarifas alfandegárias cobradas das importações chinesas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incendiou as relações com Pequim e provavelmente arruinou qualquer esperança de um encontro no curto prazo com seu par chinês, Xi Jinping, avaliam analistas.

Tamanho do texto:

Desde a sua posse em janeiro, o turbilhão de impostos aduaneiros do presidente republicano contra aliados e rivais abalou as relações diplomáticas e levou os mercados mundiais à beira do abismo.

Trump suspendeu as tarifas suplementares decretadas para dezenas de países, para os quais foram impostas taxas de 10% em nível global, mas não fez concessões para a China, que o presidente americano acusa de querer "enganar" Washington.

Somadas a essas tensões comerciais, os contatos entre as duas potências em questões como as mudanças climáticas e a luta contra o tráfico de fentanil parecem estagnados.

"Com Trump, as relações China-Estados Unidos afundaram, chegando à pior situação antes de um conflito armado", considera Shi Yinhong, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Renmin de Pequim.

"Trump lançou sua adaga contra a China a uma velocidade que superou a expectativa de muita gente", acrescenta.

Depois de um toma lá dá cá entre os dois países, os Estados Unidos somaram tarifas de 145% para muitos produtos importados da China, elevando os tributos acumulados para alguns bens, como veículos elétricos, a 245%.

Revoltada, a China respondeu com tarifas de 125% sobre as importações dos Estados Unidos e descartou novos aumentos por considerá-los desnecessários.

As relações entre os Estados Unidos e a China estão "efetivamente em um estado de guerra econômica", afirma Susan Thornton, que foi a principal diplomata encarregada do Oriente Médio durante o primeiro governo Trump.

Pequim vê "a tentativa declarada de Trump de [...] erguer 'uma muralha de tarifas contra a China' como ilegal e como uma ameaça existencial", avalia Thornton, hoje pesquisadora do Paul Tsai China Center, na Universidade de Yale.

- Ninguém quer ceder -

Semanas atrás, várias informações indicavam que Pequim e Washington avaliavam uma reunião cara a cara, coincidindo com o aniversário dos dois presidentes, em junho. Mas os acontecimentos recentes deixaram o plano de lado.

O comportamento "mal-educado e irrazoável" de Trump torna "muito pouco provável" um encontro no primeiro semestre do ano, assegura Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan de Xangai.

Rosemary Foot, professora e pesquisadora do departamento de relações políticas e internacionais da Universidade de Oxford, entende que Pequim "quer assegurar que obterá alguns resultados políticos e que Xi será tratado com respeito".

Na escalada comercial, Trump acusou a China de "falta de respeito", mas, ao mesmo tempo, chamou Xi de "cara esperto" e sinalizou para um possível acordo entre os dois.

Ali Wyne, pesquisador e assessor sobre relações Estados Unidos-China do International Crisis Group, afirma que nenhum dos dois líderes "quer mostrar que cedeu perante o outro".

Na opinião deste especialista, o "desencadeador mais provável" para negociações seria um cenário em que ambos possam reivindicar a vitória: Trump demonstrando a firmeza de sua pressão econômica e Xi mostrando a resistência da China.

Mas nada pode ser descartado com Trump, afirma Rana Mitter, especialista em relações Ásia-Estados Unidos na Kennedy School de Harvard. Em seu primeiro mandato, por exemplo, ele passou das ameaças de guerra contra a Coreia do Norte a protagonizar uma cúpula histórica com o líder norte-coreano Kim Jong Un.

Mas "Pequim não vai aceitar um encontro se parecer que está cedendo diante dos Estados Unidos, o que tornará necessária uma diplomacia nos bastidores", afirma.

- Sem canais de diálogo -

Outros analistas acreditam que a retórica dura de Trump e suas tarifas nocivas deixam pouca margem para a diplomacia, ainda que discreta.

No mandato anterior de Joe Biden também houve tensões, mas Pequim e Washington mantiveram abertos os canais de comunicação sobre a crise do fentanil, as mudanças climáticas e outros assuntos.

Esses canais "agora estão moribundos", observa Rosemary Foot, de Oxford. "Isso dificulta preparar o terreno para uma cúpula" bilateral, acrescentou.

Wu, da Universidade de Fudan, afirma que o menosprezo de Trump aos esforços chineses para frear as exportações dos precursores de fentanil e sua negação das mudanças climáticas fazem com que o espaço para um diálogo discreto "tenha desaparecido na prática".

Em pronunciamentos oficiais, a China tem zombado das tarifas de Trump como um "jogo de números" e uma "piada", sem benefícios econômicos.

Ao mesmo tempo, seus dirigentes, a começar pelo presidente Xi Jinping, se apresentam como defensores do livre-comércio e da estabilidade perante um "assédio" injustificado de Washington.

Para a China, a carnificina alfandegária de Trump pode virar uma oportunidade, afirmam vários especialistas.

"A alienação de outros países por Trump, enormemente mal concebida, pode significar mais receptividade a uma aproximação com a China", afirma Susan Thornton, da Universidade de Yale.

T.Ueda--JT