Suécia em estado de choque após o pior massacre da história do país
A Suécia amanheceu abalada nesta quarta-feira (5), um dia após o pior massacre da sua história, que deixou 10 mortos em um centro de ensino para adultos no centro do país e um grande número de perguntas.
Um homem armado assassinou 10 pessoas e morreu em seguida - tudo aponta para suicídio, afirma a polícia -, segundo um balanço divulgado nesta quarta-feira pela polícia municipal de Örebro, local do massacre.
"O motivo do tiroteio ainda não é conhecido. Mas tudo nos leva a acreditar que o autor agiu sozinho, sem motivos ideológicos", afirmou a polícia da cidade, que fica 200 km ao oeste de Estocolmo.
A força de segurança não informou o número exato de feridos, nem a gravidade do quadro de saúde, mas as autoridades regionais afirmaram que seis pessoas foram hospitalizadas por ferimentos provocados pelos tiros.
O autor não era conhecido pela polícia e não tinha vínculos com nenhuma das gangues que abalaram recentemente o país com a violência ligada ao narcotráfico.
"O pesadelo se tornou real", afirma o jornal Dagens Nyheter.
Os atos de violência que proliferaram nos últimos anos pelo país não haviam afetado os estabelecimentos de ensino, que normalmente costumam ter as portas abertas.
O ataque de terça-feira foi o pior massacre na história da Suécia, afirmou o primeiro-ministro Ulf Kristersson, que admitiu que há "muitas perguntas para responder".
As autoridades não revelaram detalhes sobre o perfil ou as motivações do assassino e as circunstâncias do massacre ainda são nebulosas.
Segundo o canal TV4, o atirador 35 anos e a polícia efetuou uma operação em sua residência em Örebro. O homem tinha licença para porte de armas e não tinha antecedentes criminais, acrescentou a emissora.
O jornal Aftonbladet, que citou pessoas próximas ao suposto criminoso, afirma que ele vivia recluso, não tinha emprego e estava afastado de parentes e amigos.
- "Sangue por todos os lados" -
O massacre aconteceu durante a tarde no centro de ensino para adultos Campus Risbergska. Dois professores afirmaram ao jornal Dagens Nyheter que ouviram tiros nos corredores.
"No começo foram muitos tiros, então a calma voltou por meia hora, antes de começar de novo. Ficamos deitados embaixo das mesas", afirmaram Miriam Jarlevall e Patrik Soderman.
Um adolescente que estuda nas imediações disse que viu "corpos no chão" diante do centro de ensino. "Havia sangue por todos os lados, pessoas em pânico e chorando... Era um caos", disse Linn à AFP.
Os alunos do centro para adultos e das escolas próximas ficaram confinados por várias horas.
Embora a violência vinculada ao narcotráfico e ao crime organizado provoque dezenas de mortes a cada ano, os ataques contra escolas são raros neste país membro da UE e da Otan.
Porém, nos últimos anos, a Suécia registrou tiroteios e ataques vinculados à violência das gangues, que deixam uma dezena de mortos a cada ano.
Em março de 2022, um estudante de 18 anos matou a facadas dois professores em uma escola de Ensino Médio na cidade de Malmo, sul do país.
Em outubro de 2015, três pessoas morreram em um ataque racista em uma escola na cidade de Trollhättan, oeste do país. O criminoso, que estava armado com uma espada, foi morto pela polícia.
S.Yamamoto--JT