The Japan Times - Ministro israelense faz visita polêmica à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém

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Ministro israelense faz visita polêmica à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém
Ministro israelense faz visita polêmica à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém / foto: - - Minhelet Har-Habait (Temple Mount Administration)

Ministro israelense faz visita polêmica à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém

O ministro israelense de Segurança Interior, o ultradireitista Ben Gvir, visitou, neste domingo (21), a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, na parte oriental da Cidade Santa, anexada por Israel, um gesto considerado uma "provocação" por palestinos, a Jordânia e os Estados Unidos.

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A visita ao que os judeus chamam de Monte do Templo ocorreu depois do "Dia de Jerusalém", que comemora a "reunificação" da cidade após a conquista, em 1967, da parte oriental, de maioria palestina, por Israel.

Ben Gvir foi escoltado por policiais e sua visita transcorreu sem problemas, informou o porta-voz da polícia de Jerusalém.

"As ameaças do Hamas não vão nos dissuadir, fui ao Monte do Templo", escreveu o ministro em sua conta no Telegram. Ao texto, ele adicionou uma foto de sua visita ao local, considerado santo tanto por muçulmanos quanto por judeus.

Horas depois da visita, o governo israelense celebrou, excepcionalmente, sua reunião semanal nos túneis embaixo do Muro das Lamentações, que ficam junto ao subsolo da Esplanada, um local muito sensível para os palestinos.

Os palestinos temem que o uso destes túneis como um museu possa danificar os alicerces da mesquita de Al Aqsa.

"Mais uma vez, meus amigos e eu nos vimos obrigados a repelir a pressão internacional por parte de quem queria dividir Jerusalém novamente", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao iniciar a reunião.

Segundo ele, alguns líderes israelenses "estavam preparados para ceder a estas pressões", mas "agimos de forma diferente", destacou, segundo um comunicado de seu gabinete, no qual foi comemorada a expansão das colônias israelenses em Jerusalém oriental, ilegais, segundo o direito internacional.

Em virtude do status quo histórico concluído em torno da esplanada, após a conquista de Jerusalém oriental por Israel em 1967, os não muçulmanos podem ir a este local em horários determinadas, mas não podem rezar, uma norma cada vez menos obedecida por alguns judeus nacionalistas.

A esplanada é administrada pelo Waqf, uma autoridade jordaniana, mas seu acesso é controlado pelas forças de segurança israelenses.

O movimento islamita palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, alertou que Israel é "responsável pelas incursões bárbaras de seus ministros" e destacou que o gesto de Ben Gvir "confirma a proporção do perigo que ronda (a mesquita de) Al Aqsa com este governo fascista sionista".

- "Perigosa e inaceitável" -

O Waqf tachou a visita de Ben Gvir de um "ataque flagrante e profanação à mesquita sagrada de Al Aqsa".

E "não é menos perigoso o chamado do governo de ocupação [israelense] a celebrar sua reunião desta semana na área do Muro das Lamentações", destacou o Waqf em um comunicado.

Anteriormente, a chancelaria jordaniana havia tratado o gesto do ministro como uma "provocação", afirmando que representou uma "escalada perigosa e inaceitável".

O gabinete do primeiro-ministro palestino, Mahmud Abbas, advertiu que "danificar a mesquita de Al Aqsa é brincar com fogo".

Isso "empurrará a região para uma guerra religiosa com consequências inimagináveis, que afetarão todo o mundo", declarou o porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeineh, em nota, divulgada pela agência de notícias palestina Wafa.

O governo americano, por sua vez, se declarou "preocupado com a visita provocativa" do ministro, informou em um comunicado o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

"Este espaço sagrado não deve ser usado com fins políticos e fazemos um chamado a todas as partes a respeitarem sua santidade", acrescentou.

Os palestinos e os países árabes criticam há tempos as visitas feitas a este local por nacionalistas judeus.

O momento escolhido para a visita deste domingo também tem certa importância, pois ocorreu dias depois de nacionalistas judeus terem marchado pelas ruas da Cidade Velha para comemorar a tomada de Jerusalém oriental pelas forças israelenses durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Os palestinos foram obrigados a fechar seus comércios e foram afastados das ruas por onde a marcha devia passar para abrir caminho aos israelenses.

O evento, celebrado na quinta-feira, foi marcado por incidentes violentos contra palestinos e jornalistas, e os Estados Unidos condenaram a entoação de "cânticos de ódio como 'morte aos árabes'".

Também ocorreu após a trégua alcançada em 13 de maio entre Israel e os ativistas da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, com a mediação do Egito, que pôs fim a cinco dias de confrontos na fronteira. Trinta e quatro palestinos e uma israelense morreram nos conflitos.

O ministério egípcio das Relações Exteriores instou Israel, neste domingo, a "deter imediatamente as práticas de escalada que atiçam as tensões já existentes nos territórios [palestinos] ocupados".

K.Abe--JT