The Japan Times - Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência

EUR -
AED 3.792163
AFN 77.273057
ALL 98.985128
AMD 409.867867
ANG 1.843717
AOA 944.163342
ARS 1087.53543
AUD 1.660916
AWG 1.859682
AZN 1.787978
BAM 1.96866
BBD 2.065538
BDT 125.852139
BGN 1.95208
BHD 0.389208
BIF 3028.157888
BMD 1.032439
BND 1.398379
BOB 7.14693
BRL 5.99517
BSD 1.02299
BTN 89.133434
BWP 14.378935
BYN 3.347967
BYR 20235.814015
BZD 2.05496
CAD 1.48997
CDF 2942.452618
CHF 0.94128
CLF 0.03688
CLP 1017.623745
CNY 7.429233
CNH 7.547308
COP 4297.446784
CRC 521.174042
CUC 1.032439
CUP 27.359646
CVE 111.093516
CZK 25.227194
DJF 182.176421
DKK 7.46113
DOP 63.572656
DZD 140.004128
EGP 51.998604
ERN 15.486592
ETB 130.526199
FJD 2.399393
FKP 0.850304
GBP 0.830618
GEL 2.932475
GGP 0.850304
GHS 15.848256
GIP 0.850304
GMD 74.844994
GNF 8841.897731
GTQ 7.985164
GYD 215.902491
HKD 8.04539
HNL 26.424933
HRK 7.618937
HTG 133.810911
HUF 408.642131
IDR 16856.639562
ILS 3.692159
IMP 0.850304
INR 89.764264
IQD 1352.495733
IRR 43465.70238
ISK 146.017537
JEP 0.850304
JMD 161.241649
JOD 0.732411
JPY 160.314625
KES 133.184213
KGS 90.287126
KHR 4114.111765
KMF 494.383631
KPW 929.195656
KRW 1505.348728
KWD 0.318724
KYD 0.852558
KZT 534.654917
LAK 22251.926353
LBP 91610.981225
LKR 306.45792
LRD 203.58018
LSL 19.337668
LTL 3.048526
LVL 0.624513
LYD 5.095099
MAD 10.374473
MDL 19.166592
MGA 4852.465784
MKD 61.48197
MMK 3353.323192
MNT 3508.2295
MOP 8.212557
MRU 41.4527
MUR 48.832991
MVR 15.921921
MWK 1793.347467
MXN 21.057145
MYR 4.613046
MZN 65.967761
NAD 19.33769
NGN 1531.551884
NIO 37.94192
NOK 11.737294
NPR 142.613893
NZD 1.835109
OMR 0.397493
PAB 1.031981
PEN 3.855648
PGK 4.132337
PHP 60.480634
PKR 145.464788
PLN 4.231401
PYG 8066.572764
QAR 3.759059
RON 4.976253
RSD 117.111668
RUB 102.987857
RWF 1445.415287
SAR 3.872367
SBD 8.750116
SCR 14.798324
SDG 620.496667
SEK 11.450564
SGD 1.40436
SHP 0.850304
SLE 23.644805
SLL 21649.739815
SOS 590.037655
SRD 36.24378
STD 21369.412967
SVC 8.951661
SYP 13423.778241
SZL 19.337431
THB 34.958367
TJS 11.150909
TMT 3.613538
TND 3.324556
TOP 2.418071
TRY 37.145624
TTD 6.936015
TWD 34.072557
TZS 2634.30877
UAH 42.785765
UGX 3795.796332
USD 1.032439
UYU 44.732217
UZS 13416.551221
VES 60.36356
VND 26120.719111
VUV 122.573289
WST 2.891684
XAF 654.542908
XAG 0.032774
XAU 0.000367
XCD 2.79022
XDR 0.784605
XOF 654.542908
XPF 119.331742
YER 256.872426
ZAR 19.356888
ZMK 9293.197292
ZMW 28.720951
ZWL 332.445095
Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência
Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência / foto: Roman PILIPEY - AFP

Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência

Oleksandr desertou do Exército enquanto lutava na frente oriental da Ucrânia, depois de meses vendo outros soldados serem massacrados por bombardeios russos.

Tamanho do texto:

Um dia, os soldados de seu grupo receberam ordens para revidar. Oleksandr, 45 anos, pensou que a morte o aguardava e, quando teve a chance, deixou as linhas de frente na região de Luhansk.

“Nós queríamos viver. Não tínhamos experiência militar. Éramos pessoas normais e trabalhadoras”, explica ele com voz suave à AFP, sem divulgar seu sobrenome.

O caso de Oleksandr é uma das milhares de deserções que pesam sobre o Exército ucraniano, que perdeu 43.000 soldados desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. Dezenas de milhares estão desaparecidos.

A falta de tropas é um dos piores problemas diante das tropas russas, maiores e que estão na ofensiva, ganhando terreno por meio de operações mortais.

- Prisão antes da morte -

De acordo com o Ministério Público ucraniano, desde 2022, pelo menos 90.000 casos foram abertos por deserção ou ausência sem permissão e 2024 viu um aumento acentuado na tendência.

O caso de Sergiy Gnezdilov é um bom exemplo dessa situação. Em setembro, o jovem de 24 anos anunciou nas redes sociais que estava deixando sua unidade em protesto contra o recrutamento por tempo indeterminado.

“A partir de hoje, estou saindo sem licença depois de cinco anos de serviço militar impecável, até que sejam estabelecidas condições claras de serviço ou até que eu complete 25 anos”, escreveu ele.

O serviço nacional de investigação classificou seu comportamento como “imoral” e disse que suas declarações fazem o jogo da Rússia. Gnezdilov foi preso e pode pegar até 12 anos de prisão.

Oleksandr afirma que se lembra pouco do ano seguinte à sua deserção, que passou na região de Lviv, e atribui essa amnésia aos hematomas cerebrais que sofreu com o bombardeio.

Ele também diz que bebeu para esquecer o horror e o crescente sentimento de culpa.

No final, apesar das súplicas das pessoas ao seu redor, ele decidiu retornar ao front, depois de ver jovens se alistando e soldados retornando ao combate, mesmo tendo sido feridos.

Sua irmã implorou a ele e disse: “Prefiro levar comida para a prisão do que flores para o seu túmulo”.

- "Você enlouquece pouco a pouco" -

Para Buch, um soldado que se identifica por seu pseudônimo de guerra, foi também o sentimento de culpa que o motivou a retornar ao front.

O homem de 29 anos explica que desertou depois de ser ferido durante a libertação de Kherson, uma cidade no sul da Ucrânia, no final de 2022.

“Ficar sob bombardeio constante prejudica gradualmente seu estado mental. Você enlouquece pouco a pouco. Você está sob estresse o tempo todo”, diz ele.

Diante da escassez de tropas, o Parlamento ucraniano aprovou em agosto uma anistia para os soldados que retornassem às suas unidades.

Tanto a 47ª quanto a 53ª brigadas do Exército anunciaram em dezembro que reintegrariam os soldados que deixaram a frente de batalha sem permissão. “Todos nós cometemos erros”, explicaram.

O Ministério Público alega que até 8.000 soldados que desertaram ou deixaram seus postos sem permissão retornaram às fileiras do Exército.

- Apoio psicológico -

Para Siver, comandante do 1º Batalhão de Assalto Separado, conhecido como Da Vinci, o número de soldados que desertam de suas unidades está aumentando à medida que os soldados mais motivados são mortos ou feridos.

“Poucas pessoas foram feitas para a guerra”, disse ele à AFP. “Cada vez mais pessoas estão sendo forçadas” a entrar no Exército, acrescenta.

Vários oficiais militares disseram à AFP que estão sendo tomadas medidas para reduzir as deserções.

Buch aponta para uma melhora no treinamento médico e militar que recebeu, em comparação com a primeira vez em que foi mobilizado. A atitude de seus superiores também mudou. Antes, alguns oficiais “não nos tratavam como seres humanos”.

O major Siver argumenta que o apoio psicológico pode ajudar as tropas a suportar as “semanas” nas trincheiras, atoladas na lama, com frio e fome.

Para Siver, no entanto, não existe uma solução milagrosa para combater a deserção, uma tendência que provavelmente vai aumentar.

“Temos que pôr um fim à guerra”, diz ele.

K.Yoshida--JT