The Japan Times - A vida no Catatumbo, a região disputada pelas guerrilhas na Colômbia

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A vida no Catatumbo, a região disputada pelas guerrilhas na Colômbia
A vida no Catatumbo, a região disputada pelas guerrilhas na Colômbia / foto: Raul ARBOLEDA - AFP

A vida no Catatumbo, a região disputada pelas guerrilhas na Colômbia

Guerrilheiros com fuzis patrulham em motocicletas uma das estradas de terra do Catatumbo, a região ensanguentada da Colômbia na fronteira com a Venezuela. Montanhas adentro, onde as forças do Estado não chegam, os insurgentes consolidam sua lei de fato em um território em disputa.

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A AFP teve acesso a essa área aterrorizada uma semana após um ataque dos rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) que desencadeou uma crise humanitária sem precedentes, com mais de 80 mortos, pelo menos 36 mil deslocados e milhares confinados.

Encapuzados e fortemente armados, os guerrilheiros demonstraram força, multiplicando seus postos de controle nas estradas para evitar a entrada de militares e dissidentes das extintas Farc, seus inimigos neste enclave do narcotráfico, da mineração de carvão e em um dos pontos por onde passa o principal oleoduto do país, alvo de atentados para roubo de petróleo.

Apesar da ordem do presidente da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro, de retomar o controle, não há sinais de chegada do Estado. Os civis transitam em carros com bandeiras brancas amarradas, como gesto de paz e única forma de proteção.

Ao longo das montanhas, estendem-se os cultivos de folha de coca, o principal componente da cocaína e motivo de discórdia entre dissidentes das Farc e os chamados "elenos", de bandeiras vermelho e preto, a organização rebelde mais antiga da América.

Os habitantes antecipam um sofrimento prolongado nesta região indômita de 11 mil quilômetros quadrados: "Essas guerras duram anos", lamenta Luz Franco, comerciante de uma loja de alimentos, de 44 anos.

- "Toda a aldeia se trancou" -

No último dia 16 de janeiro, ressurgiu o fantasma das piores épocas do conflito armado colombiano. Luz Franco trancou a porta de casa e esperou o fim dos disparos junto ao marido e aos filhos de 15 e 10 anos.

"Dava para ver o grupo [guerrilheiro] entrando na aldeia", diz em seu estabelecimento.

"Toda a aldeia se trancou naquele dia, todo mundo corria de um lado para outro procurando abrigo (...) Nós nos trancamos e esperamos (...) Não sabíamos o que estava acontecendo naquele momento", acrescenta.

Havia rumores sobre as crescentes tensões entre o ELN e as dissidências que não aderiram ao acordo de paz de 2016, mas o ataque foi inesperado.

O ELN mobilizou durante dias centenas de combatentes desde o departamento vizinho de Arauca sem ser detectado pela inteligência. As tropas posicionadas no Catatumbo se reforçaram e não mostraram piedade.

Segundo o Exército e organizações sociais, os rebeldes realizaram uma operação de perseguição em que as vítimas eram procuradas com "lista em mãos", sendo acusadas de serem simpáticas às dissidências.

Entre os mortos há um bebê, dois menores de idade, dissidentes e signatários da paz acusados de colaborar com eles.

A proprietária de um restaurante, com medo de falar diante das câmeras, conta que seu marido foi detido por quatro dias até ser libertado. Agora, ele não sai de casa e sofre com as sequelas psicológicas, relata a esposa.

A Defensoria do Povo estatal alerta que ainda há cinco pessoas desaparecidas, e outras "conseguiram escapar, seja por conta própria ou em caravanas terrestres, motorizadas ou fluviais".

Durante o percurso, a AFP observou o resgate de um deslocado e de três mulheres jovens confinadas sob a pressão do ELN. A entidade encarregada de proteger os direitos humanos mediou para retirá-las e levá-las a uma zona segura.

- "Queremos paz" -

"Estamos em um momento de crise (...) Essa é uma situação que ninguém esperava", afirma Édgar Guerrero, de 34 anos, líder comunitário de El Aserrío, um vilarejo encravado no Catatumbo.

O ativista critica o que considera uma promessa não cumprida do primeiro governo de esquerda da Colômbia, que deveria priorizar esta região para implementar o processo de paz que desarmou as Farc em 2017 e pretendia levar desenvolvimento às áreas mais afetadas pela guerra.

Quando os militares não aparecem, aqui quem manda são as forças rebeldes. O ELN cobriu as casas com cartazes alusivos aos seus 60 anos de levante armado, enquanto os dissidentes exaltam imagens dos antigos comandantes barbudos das Farc e de outras figuras, como o "Che" Guevara.

O presidente Petro classificou o número de mortos e o êxodo de deslocados como "um dos acontecimentos mais dramáticos" da "história contemporânea da Colômbia". Ele suspendeu as negociações de paz com o ELN e declarou o Catatumbo e outras regiões conflituosas em "comoção interior".

Agora, o presidente considera os rebeldes um "corpo armado dominado pela ganância", "senhores da guerra e assassinos em massa".

Subindo a montanha, as crianças da comunidade La Cecilia pintaram uma faixa com a mensagem "QUEREMOS PAZ", que agora tremula na rua.

No entanto, muitos suspeitam que a vingança das dissidências chegará mais cedo ou mais tarde.

M.Ito--JT