The Japan Times - Milei reabre debate sobre ditadura e papel das Forças Armadas na Argentina

EUR -
AED 3.822115
AFN 78.497136
ALL 98.320519
AMD 419.087461
ANG 1.882511
AOA 950.549589
ARS 1089.713108
AUD 1.658973
AWG 1.875694
AZN 1.768008
BAM 1.956208
BBD 2.10894
BDT 127.376583
BGN 1.955272
BHD 0.392242
BIF 3090.704416
BMD 1.040607
BND 1.413422
BOB 7.217506
BRL 6.183496
BSD 1.044518
BTN 90.303978
BWP 14.447015
BYN 3.418213
BYR 20395.900518
BZD 2.098138
CAD 1.496991
CDF 2960.527093
CHF 0.943352
CLF 0.037385
CLP 1031.564072
CNY 7.575207
CNH 7.578227
COP 4434.027148
CRC 525.314679
CUC 1.040607
CUP 27.57609
CVE 110.288017
CZK 25.140059
DJF 185.998817
DKK 7.46029
DOP 64.093992
DZD 140.928057
EGP 52.354924
ERN 15.609108
ETB 133.611568
FJD 2.407756
FKP 0.857031
GBP 0.845331
GEL 2.976464
GGP 0.857031
GHS 15.824302
GIP 0.857031
GMD 75.964399
GNF 9029.057852
GTQ 8.073607
GYD 218.425584
HKD 8.104904
HNL 26.591805
HRK 7.679211
HTG 136.401088
HUF 410.854608
IDR 16944.622781
ILS 3.68683
IMP 0.857031
INR 89.994362
IQD 1368.272403
IRR 43809.561739
ISK 146.111242
JEP 0.857031
JMD 163.895779
JOD 0.738209
JPY 162.852421
KES 135.372957
KGS 91.000878
KHR 4210.959738
KMF 491.779331
KPW 936.546568
KRW 1495.992456
KWD 0.32083
KYD 0.870482
KZT 544.113554
LAK 22783.754851
LBP 93535.420355
LKR 311.915095
LRD 206.811173
LSL 19.297927
LTL 3.072643
LVL 0.629453
LYD 5.138072
MAD 10.422375
MDL 19.480065
MGA 4896.068834
MKD 61.547308
MMK 3379.851494
MNT 3535.983273
MOP 8.378768
MRU 41.603082
MUR 48.335837
MVR 16.036356
MWK 1811.195392
MXN 21.323321
MYR 4.625488
MZN 66.505135
NAD 19.297927
NGN 1622.222941
NIO 38.438761
NOK 11.740562
NPR 144.489543
NZD 1.836387
OMR 0.400555
PAB 1.044518
PEN 3.895976
PGK 4.252928
PHP 61.020685
PKR 291.260385
PLN 4.22367
PYG 8261.724179
QAR 3.812196
RON 4.976497
RSD 117.131063
RUB 103.276774
RWF 1465.419908
SAR 3.90339
SBD 8.818863
SCR 14.831376
SDG 625.404772
SEK 11.454068
SGD 1.410423
SHP 0.857031
SLE 23.621844
SLL 21821.011954
SOS 596.930313
SRD 36.504394
STD 21538.467427
SVC 9.139907
SYP 13529.9744
SZL 19.283024
THB 35.297713
TJS 11.431976
TMT 3.652531
TND 3.315292
TOP 2.437202
TRY 37.104378
TTD 7.095481
TWD 34.082798
TZS 2627.533348
UAH 43.870177
UGX 3843.802181
USD 1.040607
UYU 45.709979
UZS 13567.831536
VES 57.952957
VND 26046.397447
VUV 123.542973
WST 2.914561
XAF 656.10023
XAG 0.03395
XAU 0.000378
XCD 2.812293
XDR 0.804776
XOF 656.093923
XPF 119.331742
YER 259.163523
ZAR 19.258507
ZMK 9366.710436
ZMW 29.116076
ZWL 335.075084
Milei reabre debate sobre ditadura e papel das Forças Armadas na Argentina
Milei reabre debate sobre ditadura e papel das Forças Armadas na Argentina / foto: Juan MABROMATA - AFP

Milei reabre debate sobre ditadura e papel das Forças Armadas na Argentina

Assim como prometeu na campanha, o governo de Javier Milei reabriu o debate sobre a última ditadura na Argentina e o papel das Forças Armadas, ao questionar o número de desaparecidos e propor que os militares atuem na segurança interna do país.

Tamanho do texto:

Em um ato na terça-feira com veteranos da guerra das Malvinas que a Argentina perdeu para o Reino Unido em 1982, o presidente de extrema direita culpou a política de "perseguir e humilhar" os militares pelo que ocorreu durante a ditadura após o retorno à democracia um ano depois e prometeu limpar seus nomes.

O governo de Milei também divulgou recentemente, no aniversário do último golpe de Estado de 1976, um vídeo que questiona o número de 30.000 desaparecidos durante a ditadura, que foi apontado na época por organizações de defesa dos direitos humanos.

Também anunciou no mês passado a intenção de reformar uma lei para permitir que as Forças Armadas intervenham em operações destinadas a restabelecer a segurança em assuntos internos.

O governo justifica a medida com o combate ao "narcoterrorismo" que atinge Rosário, uma cidade 300 km ao norte de Buenos Aires que tem sido palco de atos de violência por parte de organizações criminosas e respostas midiáticas das forças de segurança.

- "Traficantes de chinelos" -

Na Argentina, desde 1991, o Exército pode proporcionar apenas equipamento e apoio técnico à polícia e às demais forças de segurança, sem intervir diretamente.

A ideia de que os militares cuidem da segurança interna desperta ecos dolorosos do passado, no momento em que o governo reabre as feridas do que ocorreu na década de 1970, marcada por milhares de desaparecimentos, exílios e execuções em centros de detenção clandestinos.

Os próprios militares sentem-se incomodados com a ideia de se responsabilizarem pela ordem interna e grandes setores da sociedade - da direita à esquerda - rejeitam essa iniciativa.

Até mesmo a vice-presidente Victoria Villarruel, próxima a certos setores questionados das instituições militares, mostrou-se contrária: "A função das Forças Armadas não é combater civis", afirmou em uma entrevista ao canal TN.

"Nos anos 1970 se combateu o terrorismo", disse, ao se referir a grupos guerrilheiros. "E onde estão os que o combateram? Presos", continuou Villarruel, que reivindica a "teoria dos dois demônios", segundo a qual os movimentos clandestinos que enfrentaram os militares naquele momento também devem ser levados à Justiça.

Em defesa do uso das Forças Armadas para combater o chamado "narcoterrorismo", a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, comentou que "o país tem que conseguir curar suas feridas e avançar em direção ao futuro". "As Forças Armadas hoje são parte integrante da nossa democracia", disse.

Para alguns especialistas, há uma questão de proporcionalidade, já que, segundo eles, no caso de Rosário, os crimes são cometidos principalmente por pequenas gangues ainda precárias.

"É preciso questionar-se se o nível de violência do tráfico em Rosário merece o uso das Forças Armadas. Aqui estamos falando de traficantes de chinelos", ironizou Jorge Luis Vidal, especialista em gestão da segurança pública e luta contra o narcotráfico.

Ariel Larroude, diretor do Observatório de Política Criminal, foi mais taxativo: "Se as Forças Armadas intervêm em conflitos de segurança e fracassam, essas organizações criminosas perderão definitivamente o respeito ao Estado (...) Por isso a resposta deve ser gradual e com forças de segurança".

- "Uma lista aberta" -

O reposicionamento das Forças Armadas ante a opinião pública inclui a revisão de sua ação durante a ditadura e o número de vítimas que deixou.

Organizações de defesa dos direitos humanos e parte do espectro político, da centro direita à esquerda, afirmam que foram 30.000, mas outros setores até há pouco tempo marginais asseguram que o número verdadeiro está perto dos 8.000.

Milei garante que a ditadura deixou 8.753 desaparecidos, um número mais próximo aos 8.961 registrados pelo relatório da Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep) publicado em 1984.

A Conadep também esclareceu naquele momento que se tratava de "uma lista aberta", que foi levemente modificada em 2015.

"Não é uma discussão nova, isso aconteceu em outros períodos políticos; não com o interesse de conhecer a verdade, mas sim com o interesse de acusar as vítimas de um déficit de informação que de qualquer maneira é responsabilidade do Estado e é parte da vitimização", explicou à AFP Marcela Perelman, diretora da equipe de pesquisa do Centro de Estudos Legais e Sociais.

O curto documento divulgado pelo governo de Milei em 24 de março, no 48° aniversário do golpe, negava o número de 30.000 e pedia para se contar "a história completa".

Nesse mesmo dia, milhares de pessoas manifestaram-se em todo país com cartazes que diziam "São 30.000", na maior mobilização em relação ao golpe em anos.

S.Suzuki--JT